Quando se fala no próximo orçamento de estado para 2005, e da lufada de ar fresco para os portugueses, o ministro dos transportes António Mexia vem defender que o país não pode gastal mal o dinheiro que tem a sua disposição. Por isso, projectos como o novo aeroporto da Ota terão de ficar a aguardar pelo seu dia, já que não há dinheiro para investir em tão grande empreendimento.
No entanto, outros projectos afiguram-se mais importantes e decisivos para o desenvolvimento do país. Exemplo disso é o comboio de alta velocidade, conhecido como o TGV. E é neste projecto que se verifica o desperdicio que o estado se prepara para realizar. Porquê um comboio de alta velocidade para ligar, por exemplo, Lisboa ao Porto? Será que o Alfa Pendular não chega para as encomendas? A meu ver sim, senão vejamos: Lisboa - Porto = 300 km (+ ou -); Velocidade do TGV = 300Km, ou seja, 1h (+ ou -) de caminho; Velocidade do Alfa Pendular (quando estiver completamente operacional) = 220km, ou seja, 1h 30m de caminho. O que significa que conseguimos poupar, no máximo, meia hora de caminho. Mas o mais importante prende-se com o preço dos bilhetes, que para o alfa custam 25€ e para o TGV, prevê-se que seja de 75€. Ora, por mais 50 €, consigo chegar ao Porto meia hora mais cedo... E esta situação é aplicável a todas a s cidades portuguesas onde o TGV vai passar.
Será que haverá algum português que esteja disposto a pagar 3 vezes mais para chegar meia hora mais cedo? Mas a solução parece simples, aumentar o preço do bilhete do alfa pendular, porque com o investimento a fazer pelo estado no TGV há que criar condições (leia-se obrigar) para que os portugueses usem o TGV. E já há quem diga que o investimento inicial feito pelo estado não tem retorno, e que o dinheiro gasto nas manutenções vai ser difícil de restituir.
E é assim que vai o nosso dinheiro. Faltam condições de saúde e de educação, mas isso não importa quando podemos chegar ao Porto meia hora mais cedo...